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Brasil reforça críticas em Haia após Israel cobrar pedido de desculpas de Lula

Convocado a voltar ao Brasil, embaixador brasileiro em Israel chega nesta quarta-feira

Brasil reforça críticas em Haia após Israel cobrar pedido de desculpas de Lula
Brasil reforça críticas em Haia após Israel cobrar pedido de desculpas de Lula (Foto: Reprodução)

O atrito diplomático entre Brasil e Israel cresce em meio às tensões da guerra na Faixa de Gaza. Durante uma audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), nesta terça-feira (20), a representante brasileira no órgão ligado às Nações Unidas, Maria Clara de Paula Tusco, reiterou críticas a Israel e afirmou que os ataques israelenses são “ilegais” e violam os direitos dos palestinos.

 

“O Brasil pede à Corte que possa destacar esta posição de que a ocupação israelense nos territórios palestinos violam o direito dos povos palestinos”, disse a diplomata brasileira.

“Israel está impondo uma discriminação contra a população palestina ao impedir o reconhecimento ou exercício do povo aos direitos humanos. Este tratamento diferenciado está bem documentado e deveria ser tratado pela Corte”, completou Tusco.

 

Mais cedo, nesta terça-feira (20), o Ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, cobrou do presidente Lula um pedido de desculpas público por comparar a ação militar Israel em Gaza com o Holocausto cometido pelos nazistas contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Katz definiu a fala de Lula com “promíscua” e “delirante”.

 

“Israel embarcou numa guerra defensiva contra os novos nazistas que assassinaram qualquer judeu que viam pela frente. Não importava para eles se eram idosos, bebês, deficientes. Eles assassinaram uma garota em uma cadeira de rodas. Eles sequestraram bebês. Se não tivéssemos um exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares”, disse Katz.



 

Embaixador retorna Brasil nesta quarta-feira

 

O embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, chega ao Brasil nesta quarta-feira (21). Nesta segunda, ele foi chamado de volta ao país após ter sido convocado por autoridades israelenses a comparecer no museu do Holocausto, onde foi repreendido pela declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, Lula foi declarado como “persona non grata” no país.

 

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Em situações mais extremas, casos como este podem significar a expulsão do diplomata, o que representaria um alto nível de descontentamento. A resposta também pode incluir sanções econômicas ou mudanças no comércio entre os países.

 

A declaração de Lula trouxe diversas repercussões negativas entre opositores e entidades ligadas ao povo judeu e a Israel. No entanto, o presidente também teve apoio dentro do segmento.

 

O coletivo Vozes Judaicas por Libertação deu razão às declarações de Lula por entender que as comparações do chefe de Estado brasileiro estão no “imaginário” de muitas pessoas.

 

“A contradição de o povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós. Uma comparação que causa muita dor a judias e judeus de todo mundo, que tiveram as suas vidas cindidas pelo genocídio dos judeus na Europa, e agora veem um crime similar sendo cometido, supostamente em seu nome”, diz a nota do coletivo judeu.

 

“Enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa”, complementou.

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