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Pais de influenciadora do 'Jogo do Tigre' pagaram R$ 300 mil para ter acesso a informações sigilosas; dentre presos está ex-assessor do MP

Lélio Rebouças e Karina Melo, pais da influenciadora Skarlete Mello, foram presos nesta terça-feira (20) pela Polícia Civil. Outros três advogados, dentre eles um ex-assessor do Ministério Público do Maranhão, foram presos por acessar informações sigilosas.

Pais de influenciadora do 'Jogo do Tigre' pagaram R$ 300 mil para ter acesso a informações sigilosas; dentre presos está ex-assessor do MP
Pais de influenciadora do 'Jogo do Tigre' pagaram R$ 300 mil para ter acesso a informações sigilosas; dentre presos está ex-assessor do MP (Foto: Reprodução)

Lélio Rebouças e Karina Melo, pais da influenciadora digital Skarlete Mello, presos nesta terça-feira (20) em uma operação realizada pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), chegaram a pagar R$ 300 mil para ter acesso a informações sigilosas sobre processos que envolvem a influenciadora e o marido dela, Erick Costa.

Os investigados dentre eles, advogados e um ex-assessor jurídico do Ministério Público do Maranhão (MP-MA), extorquiam os alvos dos mandados de prisão e vendiam as informações sigilosas e assim, tentavam atrapalhar o trabalho de investigação da Polícia Civil.

 

Um dos suspeitos presos era ex-assessor do Ministério Público Estadual (MP-MA) e tinha o acesso não autorizado ao Processo Judicial eletrônico (PJe) - sistema usado para tramitação de processos. Através dele, retirava as informações e posteriormente vendia aos investigados.

De acordo com o delegado Augusto Barros, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), o individuo tinha acesso ao sistema após ter atuado por um período dentro do Poder Público Estadual. Após ter sido desligado a entidade, há cerca de quatro anos, ele continuou acessando ao sistema de forma ilegal e a atividade foi identificada durante as investigações da polícia.

 

"A investigação foi idealizada quando notou-se um acesso não autorizado ao sistema de Processo Judicial Eletrônico. Uma pessoa que teve acesso no passado, desligou-se do poder público e manteve acesso. Dado momento essa pessoa fez um acesso, dentro de uma das operações da SEIC, divulgando informações que estavam protegidas por sigilo e segredo de Justiça. Essas informações foram comercializadas para os investigados por advogados, que passaram por também a responder pelo crime, porque estavam se envolvendo diretamente", explicou o delegado Augusto Barros.

Além dos pais de Skarlete Mello que foram presos nesta terça-feira, a Polícia Civil também prendeu três advogados, sendo que um deles, já foi assessor do Ministério Público Estadual. Uma advogada, identificada como Jordana Torres, está foragida e outro advogado, que não teve o nome divulgado, estão sendo procurados pela polícia.

 

A polícia afirma que o grupo de advogados mantinha um núcleo jurídico para atender organizações criminosas. O último acesso teria acontecido há cerca de cinco meses, entretanto, a Polícia Civil suspeita que o crime vinha sendo praticado há muito mais tempo.

 

Novo mandado de prisão contra Skarlete

 

Skarlete Mello está presa desde o fim do ano passado, no Ceará, por suspeita de integrar uma organização criminosa que supostamente usava o esquema de pirâmide financeira com a divulgação de jogos de azar, conhecido como Fortune Tiger ou 'Jogo do Tigre'.



Skarlete Mello é conhecida por divulgar o Fortune Tiger, ou 'Jogo do Tigre', que é considerado ilegal — Foto: Reprodução/Redes sociais


Com a nova fase da investigação, deflagrada nesta terça-feira, a Polícia Civil expediu um novo mandado de prisão contra a influenciadora por atrapalhar uma investigação criminal.

A Polícia Civil diz que iniciou as investigações sobre a prática há cerca de um ano, durante a primeira fase da operação “Quebrando a Banca”, que investigava a atuação da influenciadora digital na divulgação de jogos de azar no Maranhão.

 

Informações vazadas

Segundo a Polícia Civil, as informações vazadas para os investigados eram sobre suspeitos que integravam facções criminosas e tinham envolvimento com o tráfico de drogas, homicídios, lavagem de dinheiro e organização criminosa.


"Essa organização criminosa acaba atrapalhando e impedindo a atuação da Polícia Civil contra pessoas investigadas por tráfico de drogas, homicídio, lavagem de dinheiro e até organização criminosa. Algumas dessas pessoas integravam facções criminosas com atuação no estado do Maranhão e serem perigosos. Esses advogados, ao acessarem o sistema ilegalmente e com nítida intenção de proferir lucro, eles estavam impedindo que a polícia deixasse de colocar atrás das grades criminosos extremamente perigosos", explicou Pedro Adão, departamento de combate ao crime organizado da Polícia Civil.

Desta vez, na 3ª fase da operação “Quebrando a Banca” - que investiga influencers que divulgam jogos de azar ilegais -, chamada de "Erga Omnes", está cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão no Maranhão, Piauí e Ceará.



Erick Costa e Skarlete ostentam nas redes sociais e atribuem a riqueza ao 'Jogo do Tigre', que é ilegal — Foto: Reprodução/Redes sociais

 

Os investigados podem responder por organização criminosa e por atrapalhar outra investigação em andamento. Caso sejam condenados, eles podem ser condenados até 8 anos de prisão.

 

Investigações contra o casal do 'Jogo do Tigre'

 

O casal de influencers do 'Jogo do Tigrinho', Skarlete Mello e Erick Costa chegaram a ser presos em dezembro de 2023, pois estariam envolvidos com tráfico de drogas, vendas de armas para facção criminosa e até homicídios, segundo a Polícia Civil do Maranhão.



Erick Costa e Skarlete Mello são investigados por diversos crimes relacionados ao Fortune Tiger, ou 'Jogo do Tigre' — Foto: Arquivo pessoal

 

A polícia apura ainda os crimes de lavagem de dinheiro e contravenção penal por meio da divulgação do Fortune Tiger (ou Jogo do Tigre), no qual Skarlete é alvo desde setembro de 2023, quando foram apreendidos veículos de luxo e cerca de R$ 8 milhões foram bloqueados.



Policiais também estiveram em residência de luxo onde moram Skarlete e Erick, no Ceará — Foto: Divulgação/Polícia Civil

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